quinta-feira, abril 16, 2009

Zeca da Casa Verde

Zeca da Casa Verde (José Francisco da Silva), compositor e cantor, nasceu em São Paulo SP 23/4/1927 e faleceu na mesma cidade em 19/8/1994. Por 1940 começou a participar, como passista, da Primeira Escola de Samba de São Paulo, no morro das Perdizes. Em 1945, com o amigo Mário Lima de Sousa, formou a dupla Silva e Sousa, que, durante alguns anos, foi contratada da Rádio América.

No início da década de 1950, com o ingresso da cantora Alzirinha Silva, passaram a se apresentar como Trio Aquarela. Em 1952, foi um dos reorganizadores do Grêmio Recreativo Mocidade Camisa Verde e Branco. Por essa época, compôs sua primeira música, o samba A primeira mulher que me ensinou a viver.

Ficou algum tempo afastado da escola, mas, em 1971, incentivado por Geraldo Filme (da escola de samba Paulistano da Glória), começou a fazer sambas-enredo para a escola Morro da Casa Verde, passando a integrar sua ala de compositores. O primeiro foi Brasil, samba e flores (1971), vencedor na escola e campeão do segundo grupo na avenida.

Ainda em 1971, estreou em disco como autor e cantor, gravando Quem canta samba, no LP Balbina de Iansã, que reunia músicas da peça do mesmo nome (de Plínio Marcos) e da qual participara como ator em 1970, no Teatro São Pedro. Também em 1971, integrando o grupo Os Batuqueiros, que era formado por Geraldo Filme e Toniquinho (do Império do Cambuci), atuou no espetáculo Os pagodeiros, de Plínio Marcos, levado no Teatro de Arena.

Em 1972 compôs o samba-enredo O Brasil recebe o mundo de braços abertos, gravado pelo conjunto Batucajés, no LP Cento e cinqüenta anos de Independência, da Tapecar. Ainda em 1972, atuou como intérprete, tanto de composições suas como de outros, no espetáculo Humor grosso e maldito das quebradas do Mundaréu, de Plínio Marcos, realizado no Teatro Brasileiro de Comédia. No ano seguinte, fez o samba-enredo Brasil de paz e amor, vencedor em sua escola.

Em 1974 compôs Redenção, samba-enredo classificado em primeiro lugar na escola Morro da Casa Verde. Nesse mesmo ano, seu samba-enredo Cante e conte os quatro cantos do Brasil venceu o concurso da escola de samba Rosas de Ouro, que foi a campeã do segundo grupo, e ele passou a integrar sua ala de compositores. Esse samba foi gravado, ainda em 1974, pelo autor, em compacto da RCA Victor, que incluía o seu samba Maior amor do mundo.

No ano seguinte, compôs o samba-enredo Rua Guilherme de Almeida, vencedor na escola e gravado pelo autor num compacto da RCA Victor, que lançava também o seu samba Venha comigo.

Em 1976 compôs Sete cidades, com o qual a escola foi vice-campeã; no ano seguinte compôs Poeta de Miraí, ano em que a Rosas de Ouro ficou em 4º lugar e, em 1978, compôs o samba-enredo Salamanca do Jaraú (novamente 4º lugar); Jair Rodrigues gravou essas duas músicas.

Em 1981 participou do Carnaval da cidade de Tupã SP, tendo criado o enredo e o samba com o tema No mundo da imaginação. Apresentou-se com vários elementos de sua escola em shows e em programas de televisão, em São Paulo.

Obras

Brasil de paz e amor, samba-enredo, 1973; O Brasil recebe o mundo de braços abertos, samba-enredo, 1972; Cante e conte os quatro cantos do Brasil, samba-enredo, 1974; Maior amor do mundo, samba, 1974; Poeta de Miraí, samba-enredo, 1977; Redenção, samba-enredo, 1974; Rua Guilherme de Almeida, samba-enredo, 1975; Salamanca do Jaraú, samba-enredo, 1978; Sete cidades, samba-enredo, 1976; Venha comigo, samba, 1975.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.

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