Yvette Canejo - Carioca de 27/2/1937 |
A sua ausência dos microfones cariocas que tanto vinha inquietando os seus fãs, parece que terá fim: Ivete chegou há dias do Sul, onde estava cantando na PRF-9 e voltará dentro de breves dias para uma das nossas emissoras.
Ivete gostou de Porto Alegre. Divertiu-se e cantou muito. Levou aos gaúchos o samba carioca que ela, como poucas, conhece.
Com Moreno da Silva, um dos cantores mais populares do Rio, apresentou alguns sucessos cariocas que se transformaram em autênticos êxitos locais. "Cadê o toucinho", foi a música que mais agradou ao público gaúcho:
— Diariamente — diz-nos Ivete, Moreira da Silva e eu, éramos obrigados a cantá-lo, pois os pedidos telefônicos e pessoais não paravam. A música de Nássara, conseguiu, pois, um autêntico e completo triunfo.
— Que impressão trouxe do Sul?
— Gostei imensamente. Porto Alegre é uma cidade moderna e encantadora. Em cada habitante encontramos um amigo. As gentilezas para conosco foram tantas, que se torna difícil enumerá-las.
— Sobre o ambiente radiofônico?
— Os colegas locais, bons camaradas. Sobre os valores, não há nomes a destacar. Direi apenas que há gente boa e capaz de fazer sucesso no Rio.
— Quem lhe agradou mais? — insistimos.
— Há uma menina que na minha opinião é a mais interessante das artistas de Porto Alegre. Chama-se Zilda Bueno e canta com muito jeito, os sambas e as marchinhas tão de gosto dos cariocas. Em palco ela é um autêntico sucesso e, nos festivais que realizamos, Zilda foi um dos elementos destacados: tem muita vida e muita cadência. Chamam-na de Shirley Temple brasileira.
— E, agora, quais são os seus projetos?
— Voltarei para uma das nossas emissoras, para o que já tenho propostas em estudo e talvez, em junho, realize outro passeio ao Sul — concluiu Ivete, sorridente."
Fonte: Revista Semanal CARIOCA, de 27/2/1937 (texto atualizado mais a foto).