J. Resende (José Resende de Almeida), compositor, regente e instrumentista, nasceu em São Fidélis, RJ, em 25/03/1882, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30/12/1945. Era filho do clarinetista Francisco Manoel de Almeida, que foi foi integrante de diversas bandas de música.
Em sua cidade natal de São Fidélis começou a estudar música aprendendo a tocar sax-horn. Aos 17 anos de idade fugiu para o Rio de Janeiro e alistou-se no 23º Batalhão de Infantaria no qual logo passou a integrar a banda de música, como pistonista. Mais tarde deixou o Batalhão de Infantaria e ingressou na Fábrica de Tecidos Aliança onde organizou a banda de música da fábrica. Deixou a fábrica algum tempo depois e ingressou no 1º Regimento da Brigada Policial.
Na mesma época, fez o curso regular de música no Conservatório Livre de Música de Cavalier-Darbilly, no qual gastava mais do que recebia de soldo. Mesmo assim, formou-se em piston e harmonia. Pouco depois, deu baixa da Brigada Policial.
Em 1927, transferiu-se para o Regimento de Cavalaria como 2º Tenente músico. Ficou conhecido como "O homem da capa preta" pois usava sempre um capote militar.
Depois de sair do 1º Regimento da Brigada Policial, passou a atuar como músico de orquestras de danças, atuando em diversas delas. Atuou na Orquestra Cordigaia-Lavale no Teatro Municipal de Niterói, sendo então convidado para organizar a Banda do Corpo de Bombeiros da cidade de Niterói, agindo com grande maestria e fazendo com que aquela banda atingisse alto grau de qualidade.
Acabou sendo afastado da regência da Banda do Corpo de Bombeiros de Niterói devido a seu gênio explosivo que fez com chegasse a brigar com membros da orquestra devido a erros dos músicos, o que ele não tolerava. Passou então a dirigir a Banda do 6º Batalhão da Polícia Militar no bairro carioca do Andaraí, a qual dirigiu durante 13 anos.
Para o carnaval de 1919, teve sua primeira composição gravada, o samba A rolinha do sertão, com letra de Mirandela, lançada pelo cantor Bahiano em disco Odeon e constituindo em um dos sucessos do ano. Essa marcha seria regravada pela Banda do Batalhão Naval, também na Odeon.
Fez sucesso no carnaval de 1922, com a marcha Coração divinal. Em 1924, fez sucesso com o maxixe Panela furada gravado na Odeon pelo cantor Bahiano.
Teve a música Cigana de Catumbi gravada em 1957 por Raul de Barros e Dilermando Reis no LP Trombone zangado - Raul de Barros e Dilermando Pinheiro. No mesmo ano, essa marcha foi gravada por Pixinguinha no LP Assim é que é... - Pixinguinha e sua banda em polcas, maxixes e choros da gravadora Sinter, pelo maestro Guerra peixe e Sua Orquestra no LP Festival de ritmos da Polydor, e pela Banda do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal no LP Maxixes e choros da Odeon.
Em 1972, a marcha Cigana do Catumbi foi relançada no LP No tempo dos bons tempos - 6 - Pixinguinha e sua gente em tempo de Velha Guarda, da gravadora Fontana/Philips. Em 1975, o cantor Osvaldo Oliveira no LP Peço silêncio da Entré/CBS gravou a marcha Grande mágoa, com José Luis.
Em 1982, a cantora Jarlene Maia gravou Vida de caboclo, com José Luis no LP Planta de mel da Coomusa.
Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.