quarta-feira, junho 20, 2018

Ado Benatti - Biografia


Ado Benatti, compositor e poeta (Taquaritinga SP 23/09/1908 - Pirapora do Bom Jesus SP 04/11/1962), começou a carreira artística compondo emboladas e cantando em programas de calouros. Em 1939 passou a atuar na Rádio Educadora Paulista de São Paulo, com o Regional de Caxangá, como cantor de emboladas. Mais tarde passou a atuar na Rádio Difusora, de São Paulo.


Em 1940 deixou de cantar e passou a compor. Caxangá, e Chico Carretel (Durvalino Peluzo) foram os primeiros a interpretar poesias suas pelo rádio, reunidas mais tarde em Musa cabocla. Popularizou-se com o pseudônimo de Zé do Mato e em 1947 teve sua primeira composição gravada, a moda-de-viola Destino de um caboclo (com Tonico), gravada por Tonico e Tinoco na Continental. Desde então dedicou-se exclusivamente ao gênero sertanejo, com inúmeras composições gravadas por quase todas as duplas de São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados.

Algumas de suas composições fizeram grande sucesso, como Chofer de estrada (com Luisinho), gravada por Palmeira e Biá, na Victor, 1948: Bom Jesus de Pirapora (com Serrinha), gravada por Serrinha, Caboclinho e Riellinho, 1951, obra que o consagrou como compositor, com várias regravações, Sucuri (com Zé Carreiro), gravada por Zé Carreiro e Carreirinho, na Continental, 1951-1952, Mão criminosa e A morte do Dr. Laureano (com Tonico), gravada por Tonico e Tinoco na Continental, 1952, Gosto de caipira, catira (com Luís Lauro, 1953-1954), gravada por Inezita Barroso na Copacabana, Mandamentos do chofer (com Sulino), gravado por Sulino e Marrueiro na RCA, 1955, Encontro do divino, (com Américo Campos), gravada pela dupla Irmãos Divino na Chantecler, 1958, As Duas jóias e Encontro da Aparecida (com Teddy Vieira) gravadas na Chantecler por Leôncio e Leonel.

Ainda na década de 1950 destacam-se as composições Filha de Maria (com Mário Vieira), gravada pelo Duo Guarujá,, na Continental, a valsa Santa Cecília (com Carlos Piazzoli), gravada na Todamérica por Cascatinha e Inhana, Transporte de boiada (com Rui Oliveira), gravada por Vieira e Vieirinha, na Continental.

Foi autor de inúmeras peças caipiras que fazem sucesso até, hoje, como O Filho do sapateiro, Sindicato dos malucos, Arma secreta (em colaboração com Humberto Pelegrini) e Mão criminosa (em colaboração com Tonico e Tinoco).

Publicou os livros Musa cabocla e Alma da terra, poemas, Contos do Zé do Mato, histórias populares, Os Crimes de Dioguinho, A Morte de Dioguinho, Bom Jesus de Pirapora, Tambaú, cidade dos milagres, versos populares.

Letras e cifras de Ado Benatti: A dama de vermelho.


Fonte: Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 2000.

Edu da Gaita - Biografia

Edu da Gaita (Eduardo Nadruz), de ascendência síria, nasceu em Jaguarão, RS, na fronteira com o Uruguai, em 13.10.1916, e faleceu em 23.08.1982, na cidade do Rio de Janeiro. Era o primogênito de 3 filhos. Seu pai desfrutava de boa posição na cidade como arrendatário de um cinema.

Em 1925, foi estudar em colégio interno de padres, na cidade de Pelotas, o São Luiz Gonzaga. Nesse ano , o representante local das famosas gaitas Hohner, da Alemanha, promoveu entre a criançada um concurso e o menino Eduardo, dentre os mais de 300 concorrentes, ganhou o primeiro prêmio, sem que a vitória significasse para ele algum interesse particular pelo instrumento ou pela música.

Continuou seus estudos ginasianos em Porto Alegre e, como tantos brasileiros, seu pai não conseguiu escapar da crise mundial. Eduardo pouco colaborava, a ponto de abandonar os estudos e levar uma vida sem definição. Seu pai entendeu que era chegada a hora dele trilhar um rumo mais responsável e esse rumo apontava para São Paulo: "São Paulo é uma grande cidade. Lá ele vai aprender a ser gente!".

Deu 300 mil-réis ao filho, que embarcou para Santos num Ita, o Itassucê. Como tocasse razoavelmente plano de ouvido, ganhou do comandante as passagens com a condição de tocar durante a viagem. Em Santos permaneceria poucos dias sem conseguir emprego. Em São Paulo, para onde foi em seguida, pretendia trabalhar na rua Vinte e Cinco de Março em alguma loja de comerciante árabe, mas também nada arranjou.

O ano era de 1933, logo depois da Revolução Constitucionalista, e o fato de ser gaúcho precisava ser escondido para não prejudicá-lo, pois os paulistas ainda estavam muito ressentidos com a derrota.

Na pensão, por falta de pagamento, foi avisado de que, se não acertasse as contas, seria despejado em 15 dias. Andando pelas ruas em busca de uma saída, na ladeira da avenida São João, viu alguém tocar gaita e passar o pires. Lembrou-se então dos seus tempos de pelotas e do concurso de gaitas. Sentiu que esse podia ser um meio para minorar sua situação. Não tinha porém o instrumento, ou melhor não tinha a gaita e nem a "gaita" para comprá-la.

Perto ficava a Casa Manon, loja de músicas e instrumentos. O gerente queixou-se a ele de que as gaitas não atraíam compradores e o estoque estava encalhado. Eduardo teve a ideia de propor-lhe um trato: ganharia uma porcentagem por gaita que conseguisse vender. Foi então para a porta da loja e começou a tocar. Resultado: não demorou a vender aos passantes 24 gaitas, com direito à porcentagem e uma gaita para si.

E assim Eduardo foi levando a vida na capital paulista, a tocar gaita e a fazer o que aparecesse, inclusive sendo camelô. Chegou a tocar na Rádio Cruzeiro do Sul. Aí resolveu partir para o Rio de Janeiro, onde chegou no Sábado do carnaval de 1934. Sem revelar que era gaúcho, foi à Rádio Mayrink Veiga em busca de uma oportunidade junto a César Ladeira, diretor-artístico da mesma, que se notabilizara em São Paulo como o "speaker" da Revolução Paulista ao microfone da Rádio Record.

César o aceitou e o escalou para tocar no programa Desenhos Animados. Só que não gostou do seu nome Eduardo Nadruz, nada artístico, e o apresentou como Edu e Sua Gaita. O "da Gaita" viria bem depois. Pouco duraria esse seu início radiofônico, porquanto seu repertório não passava de 2 tangos e 1 rancheira.

Eis Eduardo der volta às mesmas dificuldades, com a diferença de que passou a levar a gaita a sério, estudando sem parar, embora sem nunca ter aprendido a ler música, que compensava com o ouvido absoluto de que era possuidor. O grande empecilho é que as gaitas encontradas no Brasil não dispunham de recursos e ele pressentia que, em algum lugar, devia haver modelos mais avançados.

Então, em 1939, dar-se-ia o verdadeiro início de sua carreira. Conversava com o pianista Nonô, no Café Nice, quando chega o cantor e violonista Fernando (de Albuquerque), que havia chegado há pouco de Nova Iorque, onde estivera com a Orquestra de Romeu Silva na feira Mundial.

Fernando tinha começado na casa Edison (Odeon) nos anos 20. Pois Fernando contou aos presentes que havia trazido de Nova York uma gaita diferente, com uma "chave". Edu, vivamente interessado, não sossegou enquanto Fernando não foi buscar a tal gaita. A "chave cromática" era tudo o que ele vinha imaginando e correspondia às teclas pretas do piano. Emocionadíssimo, levou-a aos lábios e tocou como se a conhecesse há anos. Era a solução definitiva.

Ainda como músico de rua e bares, foi ouvido por Sílvio Caldas e por ele levado à Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceria sob contrato por 10 anos, transferindo-se a seguir para a Rádio Nacional. Nesse mesmo ano de 1939, faz seu primeiro disco, na Colúmbia, neste CD., com Canção da Índia e Violino Cigano. Em Canção da Índia teve o acompanhamento dos Swing-Maníacos, ou seja, os irmãos Dick e Cyll Farney e Hélio Beltrão, futuro ministro no governo Figueiredo.

Sua carreira, a partir daí, foi se solidificando cada vez mais no rádio, cassinos e através de excursões. No seu instrumento, era o maior do Brasil, O Mago da Gaita. Por ser muito magro não escapava dos brincalhões: O Magro da Gaita.

O fim do jogo, em 1946, e fechamento dos cassinos, também não o pouparia. Uma excursão à Argentina, que deveria durar o tempo normal de 4 semanas, estender-se-ia por quase dois anos. Já estava casado com Hercília, com a qual teve um único filho, Eduardo como ele, médico.

Nessa ocasião, começou a cultivar o sonho de gravar o Moto Perpétuo, do célebre violinista e compositor italiano Niccolo Paganini (1782-1840), obra tida como impossível de ser executada em instrumento de sopro. Seu interesse em ser o primeiro no mundo a realizar a proeza foi despertado quando ouviu, na Mayrink veiga, o violinista João Correia de Mesquita fazer uns exercícios com a música durante um ensaio.

Não foi difícil para Edu aprender os 150 compassos sem pausa do Moto Perpétuo, mesmo não lendo música, mas se passariam 11 longos anos de obsessivos estudos até que se sentisse pronto para gravá-lo. O público sempre teve, desde o início, conhecimento desse seu objetivo. Assim, em 1956, quando chegou ao estúdio da Continental, havia jornalistas para acompanhar o grande acontecimento e observar se não haveria alguma montagem indevida.

O primeiro registro, com Leo Peracchi ao piano, saía sem qualquer falha até que alguém deixou cair ao chão uma máquina de escrever. Só na 39ª tentativa, já à noite, foi que o Moto Perpétuo resultou perfeito.

Sua façanha de tocar pela primeira vez, em todo o mundo, o Moto Perpétuo em instrumento de sopro seria mais tarde repetida, entre outros, por Paulo Moura ao saxofone e pelo trumpetista mexicano Rafael Mendez.


O perfeccionismo era o traço predominante do artista Edu, que se autodefinia como uma "pilha de nervos". Mas sempre foi bem e cordial amigo, capaz de frases como "Edu e sua gaita e o Láfer (ministro da Fazenda de Getúlio) com a "nossa".

Em 1960, participou da 3ª Caravana Oficial da Música Popular Brasileira, organizada por Humberto Teixeira e capitaneada por Joraci Camargo, da qual; fazia parte o Sexteto de Radamés Gnattali com Chiquinho do Acordeom. Apresentaram-se em Portugal, França, Itália, Inglaterra e Alemanha. Na Alemanha, aproveitou para conhecer a fábrica da Hohner em Trossingen. Ao examinar os modelos, tocou uma parte do "Moto Perpétuo". Foi o bastante para a direção presenteá-lo com uma coleção de gaitas.

Nunca quis se radicar e fazer carreira no exterior. Nacionalista, entendia que no Brasil podia fazer mais por sua cultura. A própria gravação do Moto Perpétuo continha o desejo de mostrar ao mundo que os brasileiros eram gente de talento. Seu sonho era também provar que a gaita merecia uma cátedra nas escolas de música por ser um instrumento completo, definido.

Não há dúvida de que, mais do que qualquer outro, conseguiu demonstrá-lo, tanto que a história da gaita, no Brasil, pode ser dividida em antes e depois dele.

(Texto de Abel Cardoso Júnior).


Fonte: Revivendo Músicas.

Biquíni Cavadão - Biografia



Em 1983, Bruno, Álvaro e Miguel, colegas de terceiro ano do Colégio São Vicente de Paulo, decidiram tocar, junto com mais alguns amigos, num sarau, uma espécie de festival de música. Com o sucesso de sua apresentação, eles decidiram fazer daquela ousadia um hábito. Após muitas formações, receberam do amigo Herbert Vianna a sugestão do nome "Biquini Cavadão". Bruno passou apenas a cantar, Miguel assumiu totalmente o teclado e Alvaro foi novamente chamado para o grupo, desta vez tocando bateria, ao invés de violão.

Após vários meses fizeram Tédio, e esta música foi o chamariz para que Carlos Beni (ex-Kid Abelha) insistisse em gravá-los.A demo, que contou com Herbert na guitarra, foi parar na Rádio Fluminense FM , berço de várias bandas de rock nos anos 80. O sucesso da demo, os levou à Polygram para gravar um compacto no começo de 85.

Faltava um guitarrista: Carlos Coelho apareceu logo após o segundo show profissional realizado pela banda. A sua integração se deu rapidamente colaborando nas composições e gravando todos os programas de TV. Era como se ele apenas tivesse faltado no dia de tirar fotos para a capa do compacto...

No meio de 85, lançam um Mix com Tédio (remix) e No mundo da lua, que também chega às paradas de sucesso. No final daquele ano eles gravam o primeiro lp: Cidades em Torrente. Além dos dois hits iniciais, eles ainda emplacam Timidez, Inseguro de vida e Múmias. O disco chega a atingir a marca de 60 mil cópias vendidas em fevereiro de 86. São eleitos a revelação de 85 e excursionam por quase todo o país.

Em 87, lançam o lp A Era da Incerteza. Apesar de não ter tantos sucessos quanto o primeiro disco, chegam a marca de 50 mil copias, embalados por músicas como Ida e volta e 1/4.

O terceiro disco só viria em 1989. Mesmo sendo considerado o mais fraco de todos os discos do Biquini (apenas 25 mil cópias), emplaca três hits nas rádios: Teoria, Meu reino e Bem vindo ao mundo adulto.

Em 90 o remix de Bem Vindo põe o grupo de volta às paradas no Rio. No ano seguinte é a vez de Meu Reino '91 (um lar em Brixton) fazer sucesso alguns meses antes do lançamento do lp Descivilização. Zé Ninguém dá a partida para uma série de primeiros lugares em várias rádios do Brasil.

Em 92, Impossível e Vento, ventania arrancam o lp para as 70 mil cópias. Vento, ventania é eleita a música do ano e o Biquini, novamente, grupo revelação. Outras faixas como, Cai água, cai barraco, Arcos e Vesúvio também estouram pelo país.

No começo de 93 eles participaram do Hollywood Rock abrindo a noite de Red Hot Chilli Peppers e Alice in Chains. No meio do ano, se transferem para a Sony Music e lançam, como aperitivo para o novo lp, a regravação de Chove chuva, de Jorge Ben Jor.

No começo de 94, a Polygram lança O Melhor do Biquini Cavadão contendo um resumo dos 9 anos carreira enquanto a banda se tranca em uma velha casa para compor o seu novo disco Agora. Músicas como O idiota eletrônico, Sobrancelhas e Por que você não estava aqui começam a despontar. Eles fecham o ano de 94 regravando Ilegal, imoral ou engorda para o disco Rei em homenagem a Roberto Carlos.

Passam o ano de 95 excurcionando comemorando os dez anos com shows no Brasil e Estados Unidos. Preparam-se para lançar um songbook e criam o primeiro e-mail de um conjunto de rock no Brasil: biquinicav@ax.ibase.org.br, passando a se comunicar também pela Internet.

No ano de 96, como conseqüencia deste fato, foram a primeira banda a ter um site oficial no Brasil. Foram visitados constantemente por brasileiros espalhados pelos quatro cantos do país e diversos pontos do mundo, como Europa, Japão, Costa Rica, Argentina e Tailândia.

Também neste ano o Biquini esteve presente em dois lançamentos literários. Sheik lançou seu livro de poesias Borboletas no Estômago do Cachorro Louco e a banda finalmente lançou o seu RockBook, livro de partituras com biografia e dados estatísticos. Rescindiram o contrato com a Sony Music e passaram o final do ano compondo e gravando o novo disco previsto para sair em 97.

Começam o ano de 97 gravando e mixando o disco biquini.com.br. Durante os meses de março e Abril, negociam com gravadoras e acabam fechando com a BMG. Entram novamente em estúdio e regravam algumas faixas, além de incluir outras inéditas. Bruno viaja para New York e grava vozes para alguns remixes. Enquanto isso, o disco O Melhor do Biquini Cavadão ultrapassa as 100 mil cópias. O departamento de marketing da BMG sugere o lançamento em 98 e o grupo passa a ensaiar um novo show.

Em parceria com a UNISYS do Brasil, biquini.com.br apresenta uma faixa interativa desenvolvida pela 10Minutos e se torna o primeiro disco de audio lançado no país com um kit de acesso à Internet. Janaína estréia nas rádios se tornando um sucesso nacional. O clip é indicado para a categoria "escolha da audiência" e é super bem votado. O disco cresce nas vendagens ao mesmo tempo em que a Polygram lança um projeto especial contendo Remixes da banda. Tédio e Sabor do sol entram com força nas rádios do país a partir do segundo semestre.

O Biquini lança o disco biquini.com.br no Canecão, com direção de Ernesto Piccolo e cenários de Analu Prestes. O show incluiu 4 bailarinas backing vocals sobre uma passarela e um fundo inspirado em placas de computador. A tour seguiu pelos estados do sul e sudeste. O Biquini encerrou o ano de 98 com À vontade, um projeto no Ballroom, Rio de Janeiro, onde durante as quartas de novembro contaram com convidados especiais. Jorge Benjor, Zé Ramalho, Kid Abelha, Herbert Vianna e Frejat foram alguns dos nomes presentes da festa. Em dezembro, voltaram a entrar em estúdio para compor novas faixas para o novo disco previsto para 99.

O ano de 2002 começou com uma tour pelo Nordeste, presença no Planeta Atlântida, férias em Fevereiro e a continuidade do trabalho lançado em 2001. A banda excursionou por todo país se apresentando também em grandes festivais como o de Lençóis na Bahia e o de Crato, no Ceará. No meio do ano, Bruno, junto com o produtor Luis Carlos "Meu Bom", gravaram o CD Superfantástico - Quando Eu Era Pequeno, um tributo às músicas infantis com presença de diversos artistas. O Biquini Cavadão compareceu gravando Carimbador maluco (Raul Seixas) do especial Plunct Plact Zummm.

No começo de Outubro, a banda marco presença no Ceará Music 2002, encerrando o festival às 7 da manhã para mais de 30 mil pessoas. O evento foi gravado e depois editado e dirigido por Carlos Coelho para sua estréia como diretor de um clipe: Toda Forma de Poder, clássico dos Engenheiros do Hawaii. Fecharam o ano com mais de 100 shows pela tour 80, 77 deles só em 2002.

Com 18 anos de estrada, o Biquini Cavadão tem hoje metade de sua vida dedicada à musica.

Fonte: Biografia extraída do Site Oficial da banda em janeiro de 2008

Algumas músicas cifradas:





















quarta-feira, junho 06, 2018

Lamartine, o rei dos primeiros carnavais


Se há alguém no Brasil que simboliza a alegria dos primeiros carnavais, essa pessoa é Lamartine Babo. Exímio compositor de marchinhas de carnaval, Lamartine foi um dos primeiros humoristas do país. Em meados da década de 30, quando o que contava ainda era a brincadeira nas ruas e não o desfile das escolas, o carioca, nascido em 1904, reinava absoluto nas festas do Rio de Janeiro. De 1932 a 1936 emplacou os maiores sucessos da Folia de Momo na Cidade Maravilhosa.


Não é difícil compreender o sucesso de Lamartine no Carnaval. Data marcada por uma grande festa no país, o Carnaval é considerado por muitos - especialmente fora do país - como o símbolo da alegria dos brasileiros. Bem humorado, com canções que apelavam para o humor puro, o compositor logo conquistou os cariocas.

"Ele era muito engraçado, e tirava sarro das pessoas com algumas letras. Inclusive, tirava sarro dele mesmo. Até por ser Carnaval, não tinha como fazer letra séria. E ele se destacava", explica o professor de Arte e Cultura da Universidade Metodista de São Paulo, Heron Vargas.

O humor escrachado - por algumas vezes maldoso - se tornou a marca principal da produção de Lalá, como era conhecido. "Nesse ponto ele é praticamente único na música brasileira. Ele mesmo era humorista, trabalhava assim no rádio, apresentando programas. Outros faziam mais sátira, o que é diferente do humor", compara o pesquisador Suetônio Soares Valença, autor do livro Tra-la-lá : Lamartine Babo. "O Lamartine fazia humor puro. Levava tudo mais ou menos na brincadeira, fazendo humor o tempo todo."

Ainda assim, não era apenas o humor que levava Lamartine ao sucesso. Com uma formação musical diferenciada dos demais compositores da época, conseguia resultados mais expressivos com as marchinhas, chegando a emplacar seis grandes sucessos em um mesmo Carnaval.

"Lamartine não teve uma formação musical como a do Noel Rosa, por exemplo. Noel subia os morros e ia ao Estácio para conhecer o samba. O Lamartine não teve essa passagem pelos morros. E por isso que ele fazia muita marcha, que se aproxima mais das operetas e das músicas americanas dos anos 20, que era o que ele acompanhava", complementa Valença.

A fama de Lamartine nos carnavais rapidamente fez com que fosse requisitado pelo rádio e pela TV, ainda nascente nos anos 50. Lá, também alcançaria sucesso, com programas como o "Baú do Lamartine". No rádio, foi pioneiro em usar uma ferramenta que conhecia bem: novamente, o humor.

"Ele é o precursor do humor no rádio. Não era um humorista como o Chico Anysio, mas tinha uma verve, era muito engraçado. Através desse humor, ele foi mais que um compositor, foi um dos responsáveis pelo que se considerou o "Espírito Carioca". É essa coisa do bom humor, da verve, da graça", afirma Valença.

Por Renato Marques

Edigar de Alencar - Biografia

Edigar de Alencar, musicólogo, jornalista, poeta e teatrólogo. Nasceu em 06/11/1901 na cidade de Fortaleza-CE e faleceu no Rio de Janeiro-RJ em 24/04/1993.

Foi para o Rio de Janeiro em 1926, dedicando-se ao comércio.

Escreveu a revista Doce de coco, estrelada por Alda Garrido, no Teatro São José, e foi crítico de teatro, chegando a presidir o Ciclo Independente dos Críticos Teatrais.

Em 1932 publicou seu primeiro livro de poesias, Carnaúba. Cronista do jornal carioca O Dia desde sua fundação, onde assinava sob o pseudônimo de Dig, foi conselheiro de música popular brasileira do MIS, do Rio de Janeiro.

Publicou O Carnaval carioca através da música, 2 volumes, Rio de Janeiro, 1965; A modinha cearense, Rio de Janeiro, 1967; Nosso Sinhô do samba, Rio de Janeiro, 1968.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Chiquinho do Acordeom - Biografia

Chiquinho do Acordeom (Romeu Seibel), instrumentista e compositor, nasceu em Santa Cruz do Sul RS em 07/11/1928, e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 13/02/1993. Começou a estudar acordeom na cidade natal, em 1937, com Maneta Heuser.

Gravou pela primeira vez, em 1951, com o Regional Claudionor Cruz, no estúdio Star, no Rio de Janeiro RJ. Ao lado de Garoto (violão) e Fafá Lemos (violino), trabalhou no programa Música em Surdina, na Rádio Nacional, do qual nasceu, em 1952, o Trio Surdina, composto pelos três, que gravou LPs na Musidisc.

Trabalhou, ainda em 1953, na Grande Orquestra Brasileira, da Rádio Nacional, regida por Radamés Gnattali e no mesmo ano fundou seu próprio grupo denominado Chiquinho e seu Conjunto. Em 1954 integrou o Sexteto de Radamés Gnattali

Além de ter feito arranjos para jingles, participou da gravação de trilhas sonoras para cinema, com diversos maestros, entre os quais Radamés Gnattali, Lírio Panicali, Edino Krieger, Remo Usai, Guerra-Peixe e outros. Em 1960 excursionou pela Europa com o Sexteto de Radamés Gnattali, na III Caravana de Música Brasileira.

Foi diretor musical da TV Excelsior de 1963 a 1967. Um dos mais solicitados acordeonistas para gravações, já acompanhou, entre outros, Elisete Cardoso, Carmélia Alves, Martinho da Vila, Carlos Lyra, Maria Creuza e MPB-4.

Como compositor, é autor de São Paulo Quatrocentão (com Garoto), uma de suas obras mais conhecidas, Esquina da saudade (com Radamés Gnattali e Alberto Ribeiro), gravada por Jamelão, Relógio da vovó (com Fafá Lemos e Garoto), Um baile em Santa Cruz, Sinimbu, Polquinha gaúcha, Estrela, Dobrado 27 de Fevereiro (com Radamés Gnattali), entre outras.

CD: Radamés Gnattali: três concertos e uma brasiliana, Orquestra Sinfônica Nacional, reg. Alceu Bocchino, 1996, SOARMEC S004.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

segunda-feira, junho 04, 2018

Benê Nunes - Biografia

Benê Nunes (Benedito Francisco José de Sousa da Penha Nunes da Silva), instrumentista e compositor nasceu no Rio de Janeiro RJ em 16/11/1920 e faleceu em 07/06/1997. Começou a tocar piano aos quatro anos de idade, mas estudou música apenas seis meses, continuando a aperfeiçoar-se de ouvido.

Aos sete anos apresentou-se no programa Hora Infantil, da Rádio Cajuti, executando Pé de anjo(Sinhô) e foi contratado pela emissora, onde permaneceu durante seis meses. Voltou a atuar profissionalmente aos 14 anos, tocando em gafieiras.

Em 1945 integrou o conjunto Milionários do Ritmo, de Djalma Ferreira, e estreou no cinema no ano seguinte, aparecendo na produção da Atlântida Mãe, de Teófilo de Barros. Participou de vários filmes, tendo ficado conhecido como o pianista-galã do cinema e do rádio brasileiros.

Sob a direção de Watson Macedo, apareceu em Carnaval no fogo, em 1949, e em Aí vem o barão, em 1951, ambos da Atlântida. Em 1952 participou de Barnabé, tu és meu, de José Carlos Burle, e foi o ator principal do filme O rei do samba, de Luís Santos, interpretando o papel do compositor Sinhô. Ainda em 1952, atuou ao lado de Adelaide Chiozzo no filme É fogo na roupa, de Watson Macedo.

Formou uma orquestra, considerada a maior da América do Sul, com 32 figuras. Um de seus grandes sucessos foi o choro-maxixe Gostosinho, gravado na Continental.

No início do movimento da bossa nova, promoveu em sua casa várias reuniões musicais. Em 1984 apresentou-se profissionalmente pela última vez, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, num recital em companhia da pianista Laís de Sousa Brasil. Depois tocou somente em espetáculos beneficientes.

Aposentado como delegado fiscal do governo, viveu seus últimos anos, com a família, em seu apartamento no bairro carioca de Botafogo.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Perinho Albuquerque - Biografia

Perinho Albuquerque - 1978
Perinho Albuquerque (Péricles de Albuquerque), instrumentista e arranjador, nasceu em Salvador BA em 25/04/1946. Aprendeu sozinho violão e guitarra, e no início da década de 1960 atuou no conjunto de Raul Seixas, Os Panteras, em Salvador.

De 1963 a 1967 tocou com Carlito e sua Orquestra, passando em 1972 a acompanhar Caetano Veloso em shows e gravações, ano em que estreou como arranjador e músico no LP Drama, da cantora Maria Bethânia, lançado pela Philips.

Em 1974, fez os arranjos para os LPs Cantar, de Gal Costa, Sinal fechado, de Chico Buarque, e Temporada de verão, de Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso.

Em 1975, no LP Jóia, de Caetano Veloso, estreou como compositor, em parceria com o cantor, na música Guá, e foi diretor de produção desse disco e do LP Qualquer coisa, também de Caetano Veloso, ambos lançados na mesma época.

Também arquiteto, é armador de navios em ltapuã BA.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Alfredo Albuquerque - Biografia

Alfredo (Rev.Fon-Fon 1909)
Alfredo Albuquerque, ator, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 11/02/1884 e faleceu em 03/07/1934. Ator e humorista no início deste século, estudou na Universidade de Coimbra, em Portugal, adquirindo o sotaque português, que o caracterizou no palco.

Ingressou no teatro musicado do Rio de Janeiro na primeira década do século, lembrando-se o compositor Buci Moreira de tê-lo conhecido na casa de Tia Ciata, baiana da Cidade Nova, que promovia festas em que se reuniam os pioneiros do samba carioca.

Foi o autor da versão brasileira do one-step norte-americano Caraboo (Sam Marshall), trazido ao Brasil em 1913 pelo jamaicano Sam Lewis. Adaptada por Alfredo Albuquerque, a canção foi o maior sucesso do Carnaval de 1916. Gravada pelo cantor Roberto Roldán, na Odeon, tornou-se também um dos números de êxito da dupla Os Geraldos, cançonetistas que se apresentavam em casa de chope da Lapa e no teatrinho do Passeio Público.

Entre 1928 e 1930, gravou na Odeon diversos discos de cançonetas, paródias, monólogos e cenas cômicas, muitos de sua autoria. Gravou também na Parlophon em 1930, inclusive em parceria com o cômico Pinto Filho (por exemplo as cenas comicas Sou de circo, de Pinto Filho, e O barbeiro Ananias, de Bastos Tigre — Parlophon 13.164) e como intérprete lançou, em 1928, o samba Olha ele, cuidado (Heitor dos Prazeres), cuja letra se referia ao pianista e compositor Sinhô.

Autor da valsa Ave Maria, morou algum tempo em Belém PA, onde se apresentou em teatros como humorista e cantor, em dupla com Isabel Lopes. Na mesma cidade atuou como diretor artístico do Teatro Bar Paraense.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Morris Albert - Biografia


Morris Albert (Maurício Alberto Kaiserman), cantor, compositor e instrumentista nasceu em São Paulo SP em 07/09/1951. Após apresentações esporádicas como cantor, violonista e membro de diversos conjuntos, obteve seu primeiro grande sucesso em 1973 como compositor: sua canção Feelings popularizou-se como tema da novela Corrida do ouro, da TV Globo.


Por exigência da gravadora, Copacabana Beverly Discos, viu-se compelido a adotar nome inglês, que passou a ser seu nome profissional. Feelings vendeu mais de 300 mil exemplares no Brasil, na América Latina e nos EUA. Uma versão em castelhano, gravada pelo autor com o título Sentimientos, vendeu 25 mil exemplares de uma tiragem inicial no México e valeu ao autor um Disco de Ouro.

Feelings foi ainda a faixa-tftulo de um LP gravado pelo autor nos EUA, onde também lhe conferiram um Disco de Ouro; na Inglaterra obteve um Disco de Prata com a mesma produção. Entre os cantores que gravaram Feelings nos EUA estão Frank Sinatra, Johnny Mathis, Bobby Winton, Andy Williams, Dionne Warwick, e, entre as orquestras, Paul Mauriat, Ray Connif, e Percy Faith. Ao todo, Feelings vendeu cerca de 10 milhões de discos no mundo e rendeu ao autor cerca de 4 milhões de dólares.

Em julho de 1975, gravou nos EUA outro compacto, pela Charger Records Beverly, com novo sucesso de linha melódica semelhante a Feelings: Leave me. Também foram sucessos Conversation (1977), She's my girl (1978) e Gonna love you more, regravada pelo guitarrista norte-americano George Benson em 1979.

Radicado em Toronto, Canadá, continua compondo, gravando discos e se apresentando emshows, inclusive no Brasil; em 1977 lotou o Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, e em 1996 apresentou-se no Dinho’s Place em São Paulo SP.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

She's my girl - Morris Albert


She's My Girl (1976) - Morris Albert - Intérprete: Morris Albert

LP Morris Albert / Título da música: She's My Girl / Morris Albert (Compositor) / Morris Albert (Intérprete) / Gravadora: Beverly / Ano: 1976 / Nº Álbum: BLP 9102 / Lado B / Faixa 1.


INTRO : Dm7 G7 :C7+ Am7 :Dm7 G7 :C7+ Am7 
Dm7      G7
She's my girl
C7+      Am7
When the sun goes down
Dm7        G7
When the moon comes up
C7+      A   :
When the light is off.
Dm7      G7
She's my friend
C7+    Am7
When I need a friend
Dm7      G7
When I want her love
Gm      A A/G F#7/11+ :
I can have.__
F7+                               Em7
OOH!!____ We've got everything we need    [WE NEED]
Dm7
We share everything we have
F/G              C7+
We have sadness and happiness
A4/7     A7  :
Oh! Darling.
F7+                             Em7
OOH!!____ We cry and laugh everytime    [EVERYTIME]
Dm7
We love all the love we feel
F/G                  Bb/C  :
And we feel all the love we make.
C7+
NA NA NA NA NA NA
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA NA NA
Em7                   Ebm7:
NA NA NA NA NA NA   NANA__
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA
C7+
NA NA NA NA NA NA
Dm7       
NA NA NA NA NA NA NA NA
Em7
NA NA NA NA NA NA
A4/7              A7 :
NA NA NA NA NA NA NA NA.
Dm7      G7
She's my girl
C7+      Am7
When the sun goes down
Dm7        G7
When the moon comes up
C7+      A   :
When the light is off.
Dm7      G7
She's my woman
C7+    Am7
When I need a woman
Dm7       G7
When my body is asking
Gm     A A/G F#7/11+ :
We can love.__
F7+                              Em7
OOH!____ We've got everything we need    [WE NEED]
Dm7
We share everything we have
F/G              C7+
We have sadness and happiness
A4/7     A7  :
Oh! Darling.
F7+                            Em7
OOH!____ We cry and laugh everytime    [EVERYTIME]
Dm7
We love all the love we feel
F/G                  Bb/C  :
And we feel all the love we make.
C7+
NA NA NA NA NA NA
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA NA NA
Em7                   Ebm7:
NA NA NA NA NA NA   NANA__
Dm7               :
NA NA NA NA NA NA

C7+              
NA NA NA NA NA NA               \
Dm7                       :
NA NA NA NA NA NA NA NA         :
C7+                             \  Repeat 2 Times
NA NA NA NA NA NA               /
Dm7               :       :  and FADE OUT.
NA NA NA NA NA NA NA NA         /

sexta-feira, junho 01, 2018

Feelings - Morris Albert


Feelings (1974) - Morris Albert - Intérprete: Morris Albert

LP After We've Left Each Other / Título da música: Feelings / Morris Albert (Compositor) / Morris Albert (Intérprete) / Gravadora: Charger Records / Ano: 1974 / Nº Álbum: BLP-9069 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Canção / Balada.


Introd.: Am Am7+ Am7 D7/9 Dm C7+ E7

Am       Am7+ 
Feelings
                   Am7      D7/9
nothing more than feelings
             Dm      G 
trying to forget my
             C7+   Bm7/5- E7
feelings of love
Am          Am7+ 
Teardrops
                Am7      D7/9
Rolling down on my face
             Dm      G 
trying to forget my
              C7+   A 
feelings of love


 F        G/F
Feelings
                           Em7       A
oh, oh, for all my life I'll feel it
              Dm           G 
I wish I've never met you girl
                C7+    A 
you'll never come again


 F      G/F            Em7        A
Feelings__ wo, oh, oh feelings
            Dm      G
wo, oh, oh feel you
            Bm    E7  E 
Again in my_arms


 Am      Am7+ 
Feelings
               Am7               D7/9
feelings like I've never lost you
                     Dm            G
And feelings like I've never have you
             C7+   A  F 
again in my heart


 F        G/F
Feelings
                           Em7       A
oh, oh, for all my life I'll feel it
              Dm           G 
I wish I've never met you girl
                C7+    A 
you'll never come again


 F      G/F            Em7        A
Feelings__ oh, oh, oh feelings
            Dm      G
oh, oh, oh feel you
            Bm    E7  E 
Again in my_arms
 Am      Am7+ 

Feelings
               Am7               D7/9
feelings like I've never lost you
                     Dm            G
And feelings like I've never have you
             C7+   A  F 
again in my life


 F      G/F            Em7        A
Feelings__ wo, oh, oh feelings
            Dm      G
wo, oh, oh feel you
            Bm    E7  E 
Again in my_arms

Feelings...(repeat & fade)

César Ladeira - Biografia

César Ladeira (César Rocha Brito Lacerda), locutor e produtor de rádio, nasceu em 01/12/1910, Campinas, São Paulo, e faleceu em 08/09/1969. Era aluno da faculdade de Direito quando, em 1931, ficou seduzido pelo rádio, que começava a tomar um impulso extraordinário em todo o Brasil, e estreou como locutor na Rádio Record.

Sua fama transpôs as fronteiras do estado de São Paulo e espalhou-se por todo o país em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, quando sempre à meia-noite, transmitia com entusiasmo as idéias do movimento.

Em 1933, chegava ao Rio de Janeiro para assinar contrato na Rádio Mayrink Veiga, como locutor e diretor artístico. Deu novo ritmo à programação da emissora, dividindo-a em horários definidos e especializados, e um epíteto consagrador a cada artista do seu elenco, como “pequena notável”, para Carmen Miranda; “o cantor que dispensa adjetivos”, para Carlos Galhardo; e “o cantor das mil e uma fãs”, para Ciro Monteiro.

Despertou o gosto dos ouvintes para a crônica vibrante, o editorial e o comentário e difundiu programas literário-musicais de fim de noite, estimulando a cultura e colocando a Mayrink Veiga na preferência dos ouvintes.

Locutor mais imitado do rádio brasileiro, em 1948 transferiu-se para a Rádio Nacional, onde apresentou com grande sucesso o programa Seu criado, obrigado, ao lado de Dayse Lúcidi, durante dez anos, e a Crônica da cidade, por 20 anos.

Marido da atriz Renata Fronzi, César Ladeira participou ainda de alguns filmes brasileiros e criou a Empresa Brasileira de Comédias Musicais, produzindo o Café Concerto, espetáculo de luxo encenado nas boates cariocas Casablanca e Acapulco. Em 1967, apresentava-se em teatros de comédia na extinta TV Tupi do Rio.


Fontes: Nomes que Fizeram a História do Rádio; VIP - 1 de dezembro.