Apenas metade da equipe de cantores do primitivo "cast", ou elenco, da Rádio Nacional na década de 1930, era constituído de intérpretes da nossa música. O repertório "de fora" ficava a cargo de Rose Lee, Ben Whight e Bob Lazy, na música americana; os tangos contavam com Mauro de Almeida e Amália Diaz; o fado se fazia representar por Antônio Pimentel; Roxane cuidava das canções francesas.
A defesa dos gêneros nativos recaía sobre os ombros e as gargantas de Orlando Silva, Sônia Carvalho, Nuno Roland, Elisinha Coelho, Silvinha Melo, mais as "cantoras de samba" Marília Batista e Araci de Almeida.
A nossa música, no exterior, seria mais conhecida, a posteriori, com os arranjos brejeiros de Pixinguinha, os sambas de Ary Barroso e, finalmente, a bossa de Tom Jobim e vários outros maravilhosos ...
Tomo, como exemplo, a publicação da foto e de um pequenino artigo sobre Bob Lazy, na revista semanal Carioca de 1937, na seção "Para o Álbum do Rádio Fã":
"Bob Lazy, cujo verdadeiro nome é Ary Rosa, não nasceu em Chicago, nem em Nova York e sim, em Botafogo, no dia 7 de junho de 1911. Estudou no Collegio Pedro II e hoje é estudante de Medicina. Estreou-se no radio em 1932, no "Programma Casé", interpretando um velho "fox", "My mother eyes".
Cantou depois na Mayrink, no Radio Club, na Cruzeiro do Sul e hoje é exclusivo da PRE-8 e do "Programma Casé". A sua musica predilecta é "Night and day". Tem 1m.70 de altura, pesa 55 kilos e tem olhos e cabellos pretos. (Boneco de Lanza)."
Fontes: "Rádio Nacional, o Brasil em sintonia" - Luiz Carlos Saroldi, Sonia Virgínia Moreira - Jorge ZAHAR Editor; Revista Semanal Carioca, de 16/1/1937.