Josué de Barros (Josué Borges de Barros), compositor, instrumentista e cantor, (Salvador BA 16/03/1888 — Rio de Janeiro RJ 30/11/1959) descendia de Domingos Borges de Barros, Visconde da Pedra Branca, poeta e ilustre personagem do Primeiro Reinado, tendo sido sua filha, a Condessa de Barral e Pedra Branca, preceptora dos filhos de Pedro II, Isabel e Leopoldina (foto: Josué de Barros com Carmen Miranda).
Em 1904 apresentou- se com o irmão no Café Cascata, no Rio de Janeiro, tornando-se a dupla conhecida como Irmãos Barros. Começou a gravar solos de violão em selo Columbia, na década de 1900, e exibia-se num cabaré da Rua do Lavradio, quando foi convidado pelo bailarino Duque para tocar na inauguração do Cabaret Brasil, em Paris, França.
O cabaré não chegou a ser aberto, mas mesmo assim Duque resolveu tentar a sorte na Europa, acompanhado por ele e por Artur Budd, ator de circo e cantor. Não tendo conseguido contrato em Paris, apresentou-se só com Artur Budd em Lisboa, Portugal, onde alcançaram sucesso. Convidados para ir a Berlim, Alemanha, gravaram discos na fábrica Beka Grand-Record. Esses discos, com marchas e cançonetas lançadas antes da Primeira Guerra Mundial, seriam as primeiras gravações feitas por artistas brasileiros na Europa.
De volta ao Rio de Janeiro, tornou-se conhecido a partir do lançamento de sua composição Chora, violão, gravada em 1928 por Araci Cortes, na Parlophon. Em 1929, em uma festa de caridade no I.N.M., foi apresentado a uma jovem cantora, Carmen Miranda. Provavelmente em agosto desse ano, apresentou-a ao diretor da gravadora Brunswick, onde Carmen gravaria seu primeiro disco.
Ainda em 1929, introduziu no Brasil o violão elétrico. Com seu filho, o violonista Betinho, acompanhou Carmen Miranda em excursões à Bahia e Pernambuco, em 1932, e Buenos Aires, Argentina, em 1933. Contratado para exibições em boates, fixou-se na Argentina, de 1934 a 1939, com a família. Como cantor, apareceu em Babaô Miloquê (batuque) e História de um capitão africano (cena cômica), duas faces de um 78 rpm gravado em dezembro de 1929 na Victor, com orquestração de Pixinguinha, inspiradas em estribilhos africanos.
Autor de mais de uma centena de composições, teve músicas gravadas por Gastão Formenti, Elisa Coelho e Carmen Miranda, destacando-se: a canção sertaneja Minha paioça, gravada por Gastão Formenti em 1928 na Parlophon; Iaiá, Ioiô, Dona Balbina e Triste jandaia, lançadas por Carmen Miranda em 1930, na Victor; Carnaval tá aí (com Pixinguinha), marcha gravada por Carmen Miranda, na Victor, para o Carnaval de 1931; Ciúme de caboca (com Domingos Magarinos), toada gravada por Elisa Coelho, na Victor, em 1931.
Também gravou suas próprias composições, como a valsa Gemidos d’alma, na Victor, e a marcha Sinhá, sinhô, na Columbia, ambas em 1931.
Obras
Chora, violão, canção sertaneja, 1928; Dona Balbina, samba, 1930; Iaiá, Ioiô, marcha/carnaval, 1930; Minha paioça, canção sertaneja, 1928; Triste jandaia, canção-toada, 1930.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.
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