terça-feira, dezembro 13, 2011

Abdon Milanez

Abdon Milanez (Abdon Felinto Milanez), compositor, pianista e teatrólogo, nasceu no município de Areias, PB, em 10/8/1858, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 01/04/1927. Como músico, escreveu peças como Heróis à força, Barbeirinho de Sevilha, A chave do inferno, Bico de papagaio, Fada azul, La reine du tango, Mosca azul, Dama de espada e outras operetas de beleza melódica e realce dramático.

Descendente de família ilustre do Brejo paraibano, com ascendência luso-italiana, e de grande prestígio político, Abdon logo cedo se transferiu para o Rio de Janeiro, tendo cursado Medicina na Faculdade de Medicina e Engenharia na Escola Politécnica, formando-se como engenheiro civil em 1880. Não fez estudos regulares de música, tendo-se iniciado no piano tardiamente. Em sua fase de estudante, compôs polcas e valsas, publicadas pela Casa Bevilacqua.

Iniciou sua carreira artística como compositor teatral. Escrevia operetas e revistas representadas com sucesso nos teatros Sant'Ana, Lucinda, Apolo, Fênix etc. Sua primeira obra, a opereta Donzela Teodora, com libreto de Arthur Azevedo, estreou em março de 1886 no Teatro Sant'Ana. Musicou ainda as peças A loteria do amor, de Coelho Neto, O bico do papagaio, de Eduardo Garrido, e A chave do inferno, de Castro Lopes, todas com muito sucesso.

Embora não possuísse formação tradicional como compositor, escreveu a ópera Primizie, em um ato, com libreto de Heitor Malagutti, que estreou em 1904, no Rio de Janeiro, tendo sido novamente encenada em 1921, no Teatro Municipal. Compôs ainda o Hino da abolição, a Marcha da imprensa, para orquestra e coros, e ainda músicas sacras-missas, te-déums, ladainhas, etc, que eram geralmente executadas na igreja da Cruz dos Militares.

Em 1916, substituiu o compositor Alberto Nepomuceno na direção da Escola Nacional de Música, cargo que exerceu até aposentar-se em 1922. Em sua gestão, foi terminada a construção do prédio da Rua do Passeio, tendo sido inaugurado em 1922 o Salão Leopoldo Miguez, uma das mais importantes salas de concertos do país, conhecida pela excelência de sua acústica. Inspirado na Sala Gaveau de Paris, seu interior é decorado com afrescos de Antônio Parreiras e Carlos Oswald.

Em 1923, assumiu a direção o Prof. Alfredo Fertin de Vasconcelos, que criou a orquestra do Instituto, cujo principal regente em seus primeiros anos foi o Maestro Francisco Braga.Além de partituras para operetas e revistas, compôs marchas, valsas, quadrilhas, lundus, entre outros gêneros populares.

Em 1927, ano de sua morte, o barítono Roberto Vilmar gravou para a Odeon seu tango canção Ai!.

Obras

A chave do inferno, A loteria do amor, A princesa flor, Ai!, Comeu!, Donzela Teodora, Herói à força, Hino da abolição, Hino do Estado da Paraíba (música), Marcha da imprensa, Mosca azul, O bico do papagaio, Primizie e Zé-povinho.

Bibliografia: Marcondes, Marcos Antônio. Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2a. edição. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

Fonte: Enciclopédia Nordeste.

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