Gastão Formenti, cantor e pintor, nasceu em Guaratinguetá SP (24/6/1894) e faleceu no Rio de Janeiro RJ (28/5/1974). Filho de um italiano, pintor, decorador e cantor lírico amador tinha um ano, quando a família se mudou para São Paulo SP.
Fez o primário na Escola Filorette Fondacari em São Paulo e o secundário no Ginásio São Bento, no Rio de Janeiro. Aos nove anos começou a estudar pintura com o pai e com Pedro Strina. Em 1910, transferindo-se com a família para o Rio de Janeiro, passou a trabalhar com o pai em pintura e, a 25 de fevereiro de 1920, casou com Odília de Oliveira.
Levado pelo escritor Gastão Penalva, em 1927 apresentou-se na Rádio Sociedade, cantando Ontem ao luar (Choro e poesia) (de Pedro de Alcântara, com letra de Catulo da Paixão Cearense). Ainda nesse ano, foi contratado pela Odeon, que havia pouco inaugurara no Brasil o sistema elétrico de gravação. Seu primeiro disco incluía a canção sertaneja Anoitecer (de autor anônimo) e o tango sertanejo Cabocla apaixonada (Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso). Em seguida, gravou composições de Joubert de Carvalho, entre as quais Canarinho, Rolinha, Boca pintada e Sabiá mimoso.
De 1927 a 1930, lançou músicas tanto pela Odeon, como pela sua subsidiária, a Parlophon. Em 1928 obteve êxito extraordinário com a gravação, na Parlophon, da canção Casa de caboclo, música de Hekel Tavares sobre motivos de Chiquinha Gonzaga e versos de Luiz Peixoto. Ao lado de Carmen Miranda, foi o primeiro cantor brasileiro a assinar contrato de rádio (com a Mayrink Veiga) em 1930, ao mesmo tempo em que passou a gravar na Brunswick. Ainda nesse ano transferiu-se para a Rádio Transmissora.
Em fevereiro de 1931 gravou um disco na Columbia e, logo depois, foi contratado pela Victor através da qual lançou várias músicas da dupla Joubert de Carvalho e Olegário Mariano, como o cateretê De papo pro á, a canção Zíngara e o fox Beduíno.
Em junho de 1932 gravou a canção Maringá (Joubert de Carvalho), que alcançou grande sucesso e que, mais tarde, daria nome à cidade paranaense. Em novembro do mesmo ano, gravou e fez sucesso com Na Serra da Mantiqueira (Ari Kerner). No ano seguinte, depois de gravar Folhas ao vento (Milton Amaral), passou a atuar na Rádio Clube.
Em 1934 e 1935, lançou várias composições de Valdemar Henrique. Cantor essencialmente romântico, fez sucesso no Carnaval de 1935 com Samba da saudade (Ronaldo Lupo e Saint-Clair Sena). Em 1937, depois de mais um grande êxito com a canção Coração, por que soluças (José Maria de Abreu e Saint-Clair Sena), voltou para a Odeon. Em 1939, na Columbia, gravou com sucesso a valsa Não sei para que viver (Saint-Clair Sena).
De volta à Odeon em 1941, no ano seguinte passou a cantar esporadicamente, dedicando-se à pintura, na qual também se destacou, tendo inclusive quadros expostos em museus brasileiros e do exterior. Em 1947, ainda na Odeon, lançou a valsa Não vale recordar (José Conde e Mário Rossi) e a toada-rumba Lua malvada (Saint-Clair Sena).
Em 1952, agora na Victor regravou Nhá Maria e Trovas de amor (ambas de Joubert de Carvalho) e, em 1956, na Sinter, relançou De papo pro ar e Maringá. Em 1959 a RCA Victor regravou seus grandes sucessos no LP Quadros musicais. Após esse lançamento, retirou-se definitivamente da vida artística. Deixou cerca de 314 gravações em 78 rpm, podendo ser considerado um dos grandes cantores brasileiros de todos os tempos, pela voz, interpretação, técnica e repertório.
Algumas músicas
Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin.
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